Você já se perguntou se as pessoas que partem deste mundo continuam a lembrar de seus entes queridos? No vasto universo da espiritualidade, encontramos ensinamentos que sugerem que a conexão entre os vivos e os que já cruzaram para o outro lado pode ser mais profunda do que imaginamos.

O que diz a Doutrina Espírita sobre quem morre se lembrar da família?

Na doutrina que aborda essas questões, encontramos um conjunto de princípios que se originam em livros como “O Livro dos Espíritos”.

Esses ensinamentos sugerem que a vida após a morte não significa o esquecimento dos laços familiares, mas sim uma transformação da forma de comunicação.

Essa doutrina oferece uma visão profunda sobre a continuidade da vida após a morte e a possibilidade de comunicação com os espíritos. Vamos explorar alguns trechos do “O Livro dos Espíritos” que sustentam essas ideias:

  1. Pergunta 149 do Livro dos Espíritos: “Os Espíritos têm consciência de si mesmos, como nós a temos?” – A resposta dos espíritos é esclarecedora: “Têm uma consciência mais completa, porque compreendem o que é para nós ainda incompreensível.”
  2. Pergunta 156 do Livro dos Espíritos: “Os Espíritos conservam, depois da morte, a individualidade que tinham na Terra?” – A resposta enfatiza a continuidade da individualidade espiritual: “A individualidade é uma propriedade do Espírito, que a conserva sempre.”
  3. Pergunta 164 do Livro dos Espíritos: “Os Espíritos conservam, após a morte, a lembrança do que foram?” – Aqui, os espíritos explicam que a memória do passado terreno persiste: “A alma conserva a lembrança de suas existências anteriores, mas não de maneira completa.”
  4. Pergunta 169 do Livro dos Espíritos: “Os Espíritos se lembram de todas as vicissitudes de suas existências anteriores?” – Os espíritos esclarecem que, embora não se lembrem de todos os detalhes, a memória das lições aprendidas permanece: “Lembram-se das circunstâncias principais, das lições que delas colheram.”

Estes trechos do “O Livro dos Espíritos” destacam a crença fundamental na continuidade da consciência e da memória dos espíritos após a morte. Eles sugerem que os espíritos mantêm sua individualidade e, embora possam não recordar todos os detalhes de suas vidas terrenas, retêm as lições e experiências significativas. Essa compreensão serve como base para a ideia de que os espíritos podem, de alguma forma, se conectar e lembrar de seus entes queridos na Terra, proporcionando consolo e esperança aos que permanecem vivos.

Quem morre continua sendo quem era e se lembrando do que viveu

A crença central é que a alma sobrevive à morte do corpo físico. De acordo com essas doutrinas, os espíritos mantêm suas características individuais e lembram-se de sua vida na Terra, incluindo os relacionamentos familiares que cultivaram.

Conforme os ensinamentos da doutrina espírita, os espíritos são capazes de lembrar de seus parentes e entes queridos após a morte. A crença é que a memória da vida terrena não é apagada, mas sim transformada em uma forma de consciência espiritual. Isso significa que os espíritos desencarnados mantêm a capacidade de lembrar e reconhecer as pessoas com quem tiveram laços afetivos enquanto estavam vivos.

No entanto, é importante observar que essa lembrança pode variar em intensidade e clareza de acordo com o grau de evolução espiritual do indivíduo. Espíritos mais elevados podem ter uma lembrança mais nítida e serena de seus entes queridos, enquanto espíritos menos evoluídos podem ter memórias mais confusas ou perturbadas.

A importância dos vínculos afetivos para a memória após a morte

A memória da família é vista como algo que permanece gravado na consciência do espírito após a passagem. Os vínculos afetivos, construídos ao longo da vida, não são facilmente apagados. Isso levanta a possibilidade de que os entes queridos que partiram continuem a acompanhar e se preocupar com aqueles que ficaram para trás.

Afinal, as relações humanas seguem uma necessidade cármica, fazendo com que os laços não sejam facilmente rompidos pelo véu da morte física.

Segundo o espiritismo, os vínculos afetivos são oportunidades de aprendizado e crescimento espiritual. Os relacionamentos familiares e de amizade desempenham um papel fundamental no desenvolvimento do espírito, proporcionando desafios e lições valiosas.

O espiritismo acredita que os laços afetivos não se quebram com a morte. Os espíritos mantêm um interesse especial pelos familiares e amigos, continuando a acompanhá-los e a influenciar suas vidas de maneira positiva.

A Comunicação com Espíritos que já morreram e se lembram dos familiares

Muitas vezes, as experiências de comunicação com espíritos são relatadas por médiuns, que acreditam estar agindo como canais para a transmissão de mensagens dos que já partiram. Essas mensagens frequentemente contêm informações pessoais que só os familiares teriam conhecimento, reforçando a ideia de que os espíritos mantêm sua memória e conexão com seus entes queridos.

Segundo a doutrina espírita, a comunicação entre os espíritos de familiares falecidos e os vivos é possível, mas ocorre de forma sutil e variável. Aqui estão alguns pontos importantes sobre essa comunicação:

  1. Comunicação Sutil: Os espíritos de familiares podem tentar se comunicar conosco, mas essa comunicação geralmente ocorre de maneira sutil, por meio de sinais, intuições, sonhos ou pensamentos que nos vêm à mente. Esses sinais podem ser interpretados como uma forma de presença ou mensagem dos entes queridos que já partiram.
  2. Médiuns e Comunicação Espiritual: Em algumas circunstâncias, a comunicação com espíritos é intermediada por médiuns, pessoas com a capacidade de servir como canais entre o mundo espiritual e o terreno. Esses médiuns podem receber mensagens e informações dos espíritos, incluindo familiares.
  3. Sintonia Espiritual: A qualidade e a clareza da comunicação podem depender da sintonia espiritual entre o espírito desencarnado e a pessoa viva. Quanto maior a afinidade e a conexão emocional, mais fácil pode ser a comunicação.
  4. Propósito Elevado: A doutrina espírita enfatiza que a comunicação com espíritos deve ter um propósito elevado e ser realizada com responsabilidade e respeito. Não se trata de invocar ou perturbar os espíritos, mas de estar aberto à possibilidade de receber mensagens e orientações úteis.
  5. Permissão Divina: Acredita-se que a comunicação entre os mundos espiritual e terreno esteja sujeita à permissão divina. Nem todos os espíritos têm permissão para se comunicar, e algumas mensagens podem ser retidas por motivos que talvez não compreendamos completamente.
  6. Consolo e Orientação: A comunicação com espíritos de familiares pode proporcionar consolo e orientação aos que ficaram, ajudando-os a lidar com a dor da perda e a encontrar respostas para suas perguntas.

A Exploração Pessoal da Espiritualidade

Vale lembrar que a doutrina espírita e a comunicação com os espíritos são temas complexos que envolvem crenças pessoais e espirituais. Cada indivíduo é livre para explorar e interpretar essas ideias à sua maneira, de acordo com suas próprias experiências e convicções.

Conclusão

Portanto, de acordo com os princípios presentes nos ensinamentos espirituais que exploramos, a ideia de que quem morre lembra da família é um conceito que encontra respaldo na doutrina espírita, sugerindo que os laços familiares não se desfazem com a morte, mas sim evoluem para uma forma de comunicação espiritual que pode trazer consolo aos que ficam. É importante lembrar que essas crenças são pessoais e podem variar, mas oferecem uma perspectiva interessante sobre a continuidade da vida após a morte.